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lunes, 2 de septiembre de 2013

Jorge Humberto - Portugal

"O mistério da vida é não haver mistério algum"


O mistério da vida é não haver mistério algum,  somos assim nós

quem temos pela frente todo um mundo por decidir. Quem foi que

disse que isto tem de ser assim e aquele outro daquela maneira,

desvendado o mistério, outro se impõe, tudo morre e jaz,

agonizando no chão, a vontade do homem. Não há neste mundo, ou

noutros a haver, duas coisas iguais, uma mesma pedra lapidada,

segundo métodos iguais, nunca encontra semelhante entre as suas,

ainda que atenda a formas e medidas, que as mãos do artífice de

há muito acostumaram-se a ritualizar, é por essa razão que existem

o que chamam de pedras “brutas” e pedras “puras”.



Há aqui algum mistério, que não o saber-se mistério já, só porque

se definiu que era das profundezas da terra, que a pedra tumesceria

ou viveria? Vide, minhas mãos?, vide, meus olhos? que contêm eles

de misterioso? As mãos, com que me humedeço, os olhos, que

prevalecem, são só o reflexo do caminho, com o qual me percorro

diariamente...


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